O que não te contam sobre viajar sozinha!
O que não te contam sobre viajar sozinha é que na verdade você não fica sozinha 100% do tempo, só se você quiser mesmo. Eu sempre gostei de viajar. Mas, nunca tinha companhia para colocar em prática os sonhos de viagem.
Certo dia eu pesquisei no Google mulheres que viajavam sozinhas e levei um susto pela quantidade de mulheres que já faziam isso. Encontrei no Facebook um grupo com mais de 15 mil mulheres viajantes, com relatos e experiências incríveis.
Fiquei um ano ensaiando essa viagem, porque sempre batia aquele medo de dar alguma coisa errada na viagem por estar sozinha. Ficava pensando: “E se alguém me sequestrar, ou se for roubada, o que faço?”. Percebi que isso tudo poderia acontecer na minha cidade, no meu cotidiano.
Um dia, no trabalho, tomei coragem e comecei a desenhar meu roteiro. Coloquei na cabeça que iria fazer um mochilão pela América do Sul. Mas, por que a América do Sul? Pela proximidade e facilidade para entender a língua, que é muito parecida com a nossa.
Eu bolei todo um plano para essa viagem, convenci dois amigos a ir comigo para o Chile, conhecer o Deserto do Atacama, e o restante da viagem seguiria sozinha. Então, acabei comprando as passagens de ida e volta com os meus amigos, porque pensei: “se eu não conseguir ficar sozinha, volto com eles”.
Assim, o roteiro da viagem foi: Deserto do Atacama (Chile), Montevidéu (Uruguai), voltar para o Brasil por Porto Alegre e pegar o voo para Brasília.
Quando cheguei ao Chile o que eu mais encontrei foi brasileiro viajando sozinho pelo país, alguns até optaram por ficar para morar e trabalhar. Foi nesse momento que decidi dar continuidade ao meu roteiro original.
Viajar sozinha não quer dizer que você vai ficar sozinha. Só se você quiser mesmo. Conheci muitas mulheres que estavam viajando sozinhas, de toda parte do mundo, como: Suíça, Japão, Finlândia, Áustria e Argentina. A troca de experiência é muito rica.
Apesar da língua ser diferente, é impressionante como a gente consegue se comunicar com os olhos, mimica. A linguagem corporal é infalível nessas situações. Fiz algumas amizades no percurso que deixaram a minha viagem muito especial. No começo estranhei toda aquela gentileza, disponibilidade das pessoas em ajudar, mas percebi que era da região mesmo, cultural.
Chegando à Argentina conheci a Dani, argentina, morava numa cidade do interior (de onde?) e estava de passagem por Buenos Aires. Ela me contou que vai à capital 2 vezes por mês para comprar roupas para revender.
Ficamos no mesmo quarto no hostel, o que facilitou muito o entrosamento. Dani me cativou de primeira, super sorridente, solicita e tagarela (conversadeira). Nos três dias que fiquei em Buenos Aires ela foi minha guia, me levou em vários pontos da cidade, me ensinou a usar o cartão do metrô e como me deslocar na cidade.
Foram muitas risadas, conversamos de vários assuntos: vida, ser mulher e a dificuldade de nos encontrar como pessoa, até sobre a situação da Argentina, que em 2019 estava com a moeda bem desvalorizada. Dani é apaixonada pelo Brasil (ela já esteve no Brasil? O que ela mais gosta daqui?).
Marcamos de nos encontrar quando ela vier ao Rio de Janeiro. Fazer amizades em hostel é muito tranquilo, meio que automático se você quiser.
Outra experiência incrível que tive foi em Colônia del Sacramento (Uruguai).
Quando cheguei em Colônia del Sacramento achei a cidade muito linda, calma, super verde, com muitas árvores e flores pelo caminho. Mas, como toda viagem tem perrengue, no dia de ir embora, sai cedo do hostel para pegar o ônibus na rodoviária para Montevidéu.
Fiquei meia hora tentando encontrar a rodoviária, parecia que estava andando em círculos, até que eu falei: “Deus e agora vou perder o ônibus”.
Sempre fui péssima para ler mapas. Pedi informação a uma moça que passava pela avenida naquela hora, e ela perguntou: brasileira? Sorri e ela me explicou como chegar na rodoviária, mas acho que meu desespero era tão grande que ela se prontificou de me levar até lá (por isso ainda acredito na humanidade, existem pessoas empáticas e bondosas). Eu perguntei se não ia atrapalhar a ida dela para o trabalho, ela disse que não tinha problema, que seriam apenas alguns minutos de atrasado.
Graças a esse ser de luz consegui chegar a tempo de pegar o ônibus.
O que não te contam sobre viajar sozinha é que você vai perceber o quanto Deus cuida da gente, porque conheci duas pessoas maravilhosas que deixaram a minha viagem muito mais leve e divertida.
Enfim, o que eu quero te dizer é que você vai sentir medo, vai chorar, vai querer voltar e que tudo isso é normal. Mas também, vai perceber o quão prazeroso é viver todas as descobertas que uma viagem pode oferecer, que você é muito mais independente do que imagina, mais forte, comunicativa e que consegue resolver qualquer problema.
Motivos para você viajar sozinha
- Perceber as pequenas coisas da vida;
- Sentir- se realizada;
- Viajar de forma simples
- Aproveitar o silêncio e se ouvir;
- Imergir na cultura local;
- Encarar os medos e inseguranças;
- Saber que você é a sua melhor companhia;
- Fazer novos amigos e
- Viver a desejada liberdade.
Na minha opinião toda mulher deveria fazer uma viagem sozinha, pelo menos uma vez na vida, é uma experiência incrível de autoconhecimento. Faça isso por você. Não precisa ser um mochilão, pode ser um fim de semana numa cidade mais próxima.
Se você já viajou sozinha? Me conta aqui nos comentários.
Reservando pelo link do blog DEJA POR AI você nos ajuda a ganhar uma pequena comissão e você não paga nada a mais por isso.
E lembre-se, siga sempre seu coração, com certeza ele te levará ao aeroporto mais próximo 😘
Até o próximo post
Leia também
